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| 1. |
Quando o Carnaval Chegar
- 2:35
(Chico Buarque) |
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| 2. |
Lamento de Carnaval
- 2:53
(Gilberto Gil) |
samba |
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| 3. |
Manhã de Carnaval
- 3:03
(Luiz Bonfá / Antonio Maria) |
samba |
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| 4. |
Noite dos Mascarados
- 4:25
(Chico Buarque) |
samba |
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| 5. |
Máscara Negra
- 3:57
(Zé Kéti / Pereira Mattos) |
samba |
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| 6. |
Quem Te Viu, Quem Te Vê
- 5:31
(Chico Buarque) |
samba |
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| 7. |
Camisa Amarela
- 2:57
(Ary Barroso) |
samba |
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| 8. |
Retalhos de Cetim
- 3:39
(Benito di Paula) |
samba |
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| 9. |
Além da Brincadeira
- 3:33
(Marcelo Quintanilha) |
samba |
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| 10. |
Não Deixe o Samba Morrer
- 4:36
(Edson / Aloisio) |
samba |
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| 11. |
A Felicidade
- 5:20
(Vinicius de Moraes / Tom Jobim) |
samba |
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| 12. |
Marcha da Quarta-Feira de Cinzas
- 3:20
(Vinicius de Moraes / Carlos Lyra) |
samba |
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| 13. |
Aquele Frevo Axé
- 4:18
(Cezar Mendes / Caetano Veloso) |
samba |
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| 14. |
Amantes Cinzas
- 4:04
(Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes) |
samba |
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| 15. |
No Cordão da Saideira
- 2:56
(Edu Lobo) |
samba |
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| Release |
| O CD "Pierrot e Colombina" (selo 'YB Music' - SP ), de Vania Abreu e Marcelo Quintanilha, é antes de tudo um 'conto de Carnaval'. É este o polo magnético para o qual convergem as canções, cuidadosamente escolhidas em meio à obra de compositores de surpreendente variedade: Ary Barroso a Carlinhos Brown, Edu Lobo a Benito de Paula. Entre eles o próprio Quinta, que comparece em letra e música com a bela "Além Da Brincadeira", vestida de variações de samba-do-recôncavo e samba-'axé', onde se sente à vontade o 'canto baiano', relaxado e preciso de Vania. ( Nota: Esta última adjetivação 'regionalista' é digna de discussão mais profunda, em outra ocasião, claro, a ser endossada por muitos exemplos: Jussara Silveira, Rosa Passos, a 'primeira' Gal, Caetano, João Gilberto, etc...! ) Num arroubo de admiração pela festa popular e pela música que a celebra, Vania e Quinta chegam a confessar que conceberam o disco para que viesse a se tornar mesmo um 'álbum de referência' do Carnaval. A disposição dos temas obedece à ordem cronológica das etapas do reinado de Momo: a espera apaixonada e ansiosa dos foliões - que a antecede - seguida dos encontros e desencontros dos pares, durante os quatro dias, e a saudade que se inicia já na quarta feira de cinzas. Os famosos e clássicos personagens carnavalescos, que dão nome ao CD, são citados explicitamente em algumas das canções, o bastante para que se perceba que foram 'encarnados' pelos dois músicos, que fazem seus os suspiros, devaneios e promessas do mítico casal. O fato de serem eles próprios, Vania e Quinta, um casal apaixonado, só torna mais crível e mimético o encontro de tradição, depoimento e intimidade afetivo/musical. A grande familiaridade do público com a maioria das canções do CD, permitiu, ou antes, estimulou, a decisão dos arranjadores (o próprio Quinta e Maurício Tagliari, também produtor ) de afastá-las ao máximo dos formatos e arranjos com os quais se consagraram. É o caso, por exemplo, de "Máscara Negra" (Zé Keti / Pereira Matos ), originalmente uma extrovertida marcha-rancho, aqui tornada valsa, a que o acordeom de Toninho Ferragucci confere ares de delicado e onírico 'Bal Masqué'. Ao longo do CD, a pulsação brasileira, muito competente e contagiante ( Rodolfo Stroeter - baixos, Marco da Costa - bateria, Maurício Tagliari - guitarra e 'violões' ), atinge raro equilíbrio entre a necessária efusividade e um certo comedimento de dinâmica e expressão, cúmplice perfeito das duas vozes. Em muitos momentos, a percussão de Da Lua sugere 'mini-baterias' de escola de samba (assim como os demais músicos sugerem, por vezes, 'mini-regionais, 'mini-trios elétricos'...), revezando tamborim, cuíca, agogô, surdo, etc. O tom íntimo, confessional, a variedade de ritmo e timbre e a inventividade se estendem a todas as faixas, com resultados notáveis, como no caso espetacular de "A Felicidade", o arranjo mais livre e original do CD, impressionísticamente meditativo e amplo, constelado por brilhos esparsos de piano e nebulosas de órgão 'Hammond' (ambos por Luca Raele). Prevalece no todo uma sábia e equilibrada dosagem na alternância entre os andamentos, os coloridos instrumentais e as vozes ( às vezes solo, às vezes em dueto-diálogo, às vezes paralelas ), sempre com a intenção explícita de trazer ao primeiro plano as características harmônicas e melódicas das próprias composições, suas sutilezas, engenhosidade e qualidade. Este é, em suma, um convite de iniciação aos que não conhecem o vasto oceano musical do Carnaval, onde, com variados graus de liberdade formal e temática, sempre navegou praticamente toda a música popular brasileira. Aos que nele sempre se banham, vale igualmente a convocação, para que se façam ouvir, 'pela primeira vez de novo', as mil faces tão familiares desta nossa música, reveladas por estas novas 'máscaras'. |
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Por Artista
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