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1. |
Intro / Geração 80
- 02:00
(Alexandre Caparroz) |
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2. |
A crazy night at Papagaio
- 03:58
(Alexandre Caparroz / Rodrigo Leão) |
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3. |
Bairro Peixoto
- 02:35
(Alexandre Caparroz / Rodrigo Leão) |
disco |
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4. |
Programa Girl
- 03:06
(Alexandre Caparroz / Rodrigo Leão) |
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5. |
Hurricane two thousand
- 03:55
(Alexandre Caparroz / Rodrigo Leão) |
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6. |
Royals of Posto 9
- 02:43
(Alexandre Caparroz / Rodrigo Leão) |
disco |
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7. |
Saca só o meu Parangolé
- 03:06
(Alexandre Caparroz / Pedro Cunha / Sérgio Carvalho) |
disco |
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8. |
A máquina do Som
- 03:42
(Alexandre Caparroz) |
disco |
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9. |
Numa nice
- 02:52
(Alexandre Caparroz / Rodrigo Leão) |
disco |
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10. |
Malandrinha
- 03:50
(Feliciano Rodrigues / José Carlos) |
disco |
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11. |
Arpex
- 05:17
(Alexandre Caparroz) |
disco |
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12. |
Chama a turma e vem
- 03:17
(Alexandre Caparroz) |
disco |
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13. |
Vôo Livre
- 03:41
(Alexandre Caparroz) |
disco |
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14. |
E fez-se a luz na Guanabara
- 02:59
(Alexandre Caparroz / Nelson Motta) |
disco |
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15. |
Arpex Remix
- 03:31
(DJ Sivuca) |
disco |
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Release |
Quando o Che me mandou o cdzinho, foi logo avisando: "O que você está recebendo são pedradas do cancioneiro popcorn/Fanta Uva. Tire as crianças da sala!" A segunda frase não casa bem com a primeira, e eu sei bem por quê. Os grooves que povoam este delicioso disco podem evocar refrigerantes da infância de quem passou dos trinta, mas também servem de vale-teletransporte para um Rio de Janeiro mágico, idealizado e amado até por quem nunca pôs os pés nele: o Rio da virada dos 70 para 80, hedonista e ainda cheio de glamour. O Rio Babilônia com mãos ao alto, os braços balançando enquanto alguém mucho loco grita "U-huuuu" em alguma festinha já iluminada pelo sol. Alexandre Caparroz é especialista em alegrias com classificação indicativa, daquelas que o pornográfico governo atual não deixa passar na TV depois do horário em que a Record, saudosamente laica (ou seria pagã?), passava "Sala Especial". Seu primeiro disco solo, Sexy 70 - Music Inspired by the Brazilian Sacanagem Movies of the 1970s, era exatamente o que o subtítulo prometia. Uma maravilhosa trip retrô pelo bom gosto musical das pornochanchadas que marcaram corações e pelos das mãos de milhões de brasileiros. Este novo álbum, Papagaio's Fever, é uma inescapável seqüência natural, até cronologicamente falando. Alexandre Caparroz, o homem por trás de Che, 39, costuma dizer que, quanto mais escuta música nova, mais tem vontade de fazer música velha. "É uma sacanagem a disco music brasileira ficar de fora de todos esses revivals: ela é tão poderosa quanto a bossa nova", compara o fã de Black Rio, Azymuth, Os Diagonais e Painel de Controle (não conhece? Mais sobre o grupo aí adiante). Paulistano, ele só foi conhecer o Rio de Janeiro aos 16 anos. "Antes mesmo de botar os pés na cidade, já imaginava que iria chapar. E chapei mesmo. O clima do Rio, associado a essa música e aos filmes... Sempre achei o pessoal do Lira Paulistana um porre. O Robson Jorge e o Lincoln Olivetti sempre me interessaram muito mais... " Alexandre era um garoto que, como eu, não amava os Beatles e os Rolling Stones. "Nunca fui do rock'n'roll." O negócio dele era travoltar com as gatinhas e passar tardes inteiras gravando fitinhas mixadas com os hits das trilhas de novela e das coletâneas das FMs. Como baterista do Professor Antena, pôde exercer sua devoção por ritmos dançantes. Mas é agora, na condição de artista-solo, produtor e ditador da própria obra, que ele está conseguindo tirar da cabeça "os pica-paus de guitarra", os clavinets e os arranjos de metais que o fizeram se apaixonar pela música. Perseguido por modernetes da revista inglesa Straigth No Chaser tal qual Carlos Imperial na abertura do programa "Os Embalos de Sábado à Noite", o cada vez mais internacional Rodrigo Leão achou uma brecha em sua agenda para letrar, em inglês (ou quase), vários devaneios de Che. "A Crazy Night At Papagaio" inclui as clássicas rimas: "I was just a poor girl from Catumbi/ Hoping you would dance with me/ I've been to Ipanema, I've been to Niterói/ But I've never seen a boy/ Move like you do".... A voz que dá tratamento vip a esses versos é de Lady Zu, dando sabor autêntico à recriação vintage. Mas há outra diva em cena: Adriana Dre, tesouro escondido em alguns dos melhores jingles nacionais. Ela foi buscar em seus tempos de freqüentadora dos bailes da Chic Show o veneno para interpretar "Programa Girl" e o veludo para fazer cócegas de fim de tarde na pós-bossa "Numa Nice". Outro ex-Antena, Tiquinho, traz seu trombone para, junto com Hugo Hori (sax e flauta), materializar os metais que Che arranja "de orelhada". O contrabaixo, estrela de quase todas as faixas, é dividido entre Leonardo Gringo Russo, do Clube do Balanço, e Sérgio Carvalho, músico da banda de Djavan. E ainda rolam mais duas participações superbacanas (não confundir com a banda de baile dos anos 70): Mister Sam, na introdução do balaco, reproduzindo sua performance nas domingueiras do Ta Matete; e William Magalhães, ex-Black Rio, em "Fez-se A Luz". Nessa faixa, em clima The Floaters assumidamente mela-cueca, um texto de Nelson Motta desfia belezas cariocas. A locução capricha nos jotas de "morenaj, louraj e mulataj", "cachorraj, preparadaj e brotoj". Nelson, fã do disco de estréia de Che e PHD em frenetic dancing days, topou na hora o convite para a festa e aprontou o texto em ritmo alucinado: dez minutos, pá-pum via email. Em meio ao obrigatório clima bem humorado, a música também fala altíssimo, em ritmo, melodia e harmonia. A Black Rio e o Azymuth assinariam orgulhosas instrumentais como "A Máquina do Som" e "Saca Só o Meu Parangolé", parceria com Sergio Carvalho e com o tecladista e maestro Pedro Cunha (outro nome fundamental do disco). Painel de Controle, poucos devem saber, é o nome de um grupo que deixou sua marca no pop nacional com "Black Coco". E que teve em "Malandrinha" um hit menor que, lá em casa, é clássico. Pois o Che teve a manha de regravar esse banho de felicidade, sem o sotaque boliviano do vocalista da banda, mas com o bom gosto das chupações (hehe) originais. Agora só nos resta cantar junto: "Tudo fica lindo em você/ A blusinha, a calça Lee..." E quando chegar na parte "esse jeito malandrinho/ de me provocar"... É melhor tirar as crianças da sala mesmo... Quer dizer, pensando melhor, pode deixar, pode deixar. No tempo da Papagaio's, que foi ontem, mas pode ser hoje ou amanhã, toda cafajestagem será perdoada. E dançada até a última Fanta uva. Pedro Só. Julho/2010 |
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Por Artista
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